TOP 5 – MEUS CINCO DISCOS DE ROCK FAVORITOS
Há algum tempo eu queria falar de música aqui no blog, mas não sabia exatamente sobre qual assunto. Me ocorreu então fazer uma coisa bem clichê e listar os melhores discos de rock que eu já havia escutado. Mas, quando comecei a pensar no assunto, percebi que seria muito difícil fazer tal lista, pois haviam muitos critérios que eu poderia usar pra fazê-la. Escolhi então o mais subjetivo de todos, meu gosto pessoal. Eu sei que este blog não era pra ser um blog pessoal, mas vou fazer essa exceção, então me perdoem. A idéia é mostrar um pouco de música diferente, porque meu gosto musical não é tão convencional assim, pelo menos se tratando de rock. Vou tentar colocar os links dos discos pra download, pois se alguém se interessar pode baixar e ver se concorda comigo ou não. Pelo menos escuta alguma coisa nova.
Uma coisa interessante deste post, é que ele está sendo feito em conjunto com meu amigo Dj, que vai fazer a mesma lista no blog dele. Então não deixem de dar uma passada lá e ver o que ele preparou pra gente. E fica a idéia aí pra quem tem blog também, de fazer a mesma coisa. Dessa forma nós compartilhamos novos sons pra novas pessoas, e a música se movimenta.
Após o preâmbulo de praxe, vamos à lista:
5º Lugar: Rock Bottom - Robert Wyatt
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Robert Wyatt, ex-baterista do Soft Machine (pra quem não conhece, recomendo também), tocava na sua banda nova, o Matching Mole, até que, em 1973, caiu do 3º andar numa festa e ficou paraplégico. Sem poder tocar bateria na sua banda, começou uma carreira solo e lançou o disco que é considerado sua obra-prima, o Rock Bottom. Apesar de ele dizer que o disco não tem nada a ver com sua condição, o próprio nome do disco parece desmentir: rock bottom é uma expressão que corresponde no português a no fundo do poço. As letras são tensas, ressentidas e ácidas, e muitas vezes beiram o nosense, como no caso de Alifib e Alifie; notem, inclusive, como Alifib (uma música que parece falar sobre a relação do autor com sua esposa, mostrando como se ele a usasse) começa com Wyatt fazendo um som como se respirasse com dificuldade.
Conjecturas à parte, Rock Bottom é um disco que me surpreendeu pela beleza e inovação. As músicas são bem diferentes umas das outras, embora cada uma mantenha uma estrutura central que se repete ao ponto de parecer, às vezes, música ambiente. Mas sem aqueles clichês de tecladinhos fazendo os mesmos acordes.
4º Lugar: Kid A – Radiohead
Não acho que seja preciso falar do Radiohead aqui, pois todo mundo conhece. Inclusive, esse é o único disco da lista que foi feito depois dos anos 70. Então vou só me concentrar em explicar o porquê dele estar aqui.
Escolher o melhor disco do Radiohead pra mim é difícil, porque sou muito fã de quase tudo o que a banda produziu. Inclusive, fiquei em dúvida sobre qual disco eu escolheria: o Kid A ou o Ok Computer. Mas, embora eu considere o Ok Computer como um dos discos mais importantes de rock do final do século/milênio passado (por ser um daqueles tipos de arte que representam profundamente a época em que foi produzido), esta lista vai pelo gosto pessoal, e não por critérios impessoais. Por isso fiquei com Kid A.
O que me chama atenção neste disco? Primeiro, a quebra com os paradigmas de como se deve fazer rock: aqui quase não existem guitarras (que são substituídas por um monte de barulhinhos), o som é cerebral, mecânico, sintético (uma tendência que já vinha sendo desenvolvida a partir do Ok Computer). Depois, a coragem de fazer experimentalismo quando a banda vinha se consagrando no mainstream alternativo (sic). Por último, a qualidade radioheadiana que me conquista em todos os discos, a beleza das canções, a expressão de Tom York, e a contemporaneidade da produção da banda. Em alguns aspectos, Kid A lembra Rock Bottom. Se ficaram curiosos, baixem e digam se concordam ou não.
Destaque: The National Anthem, louca e política, e melhor do álbum, sem dúvida.
3º Lugar: Pawn Hearts – Van Der Graaf Generator
Este terceiro lugar foi difícil de eleger, porque não sabia se ele seria o terceiro ou o segundo; portanto, encarem ele e o segundo lugar como posições móveis, que podem se substituir um ao outro.
Van Der Graaf Generator é uma banda inglesa pouco convencional. Sua formação clássica é dois teclados, bateria e saxofone, ou seja, sem baixo nem guitarra. Outra coisa que diferencia o VDGG é o vocal de Peter Hammill, que algumas vezes já foi chamado de o Jimmy Hendrix dos vocais, por causa do seu domínio de expressões. Muita gente também considera o Hammill um verdadeiro poeta por conta da qualidade de suas letras. Eu estou de acordo com a fama do sujeito.
VDGG começou como uma banda de rock dos anos 60 sem grande expressividade, pois apesar da qualidade do som deles, ainda era uma coisa muito comum. Com a entrada do saxofonista David Jackson na banda, o som deles começou a mudar em direção ao que se tornaria o jeito característico do grupo, e cuja expressividade máxima está
Podemos considerar, então, este disco como o melhor exemplo do que é VDGG. A sonoridade tensa, as letras profundas, um pouco de psicodelia, e, principalmente, o vocal de Hammill. VDGG não é, definitivamente, uma banda fácil de se escutar, porque é tudo muito expressivo e denso, o que faz com quem não esteja acostumado, veja aquilo como puro exagero. Eu mesmo, a primeira vez que escutei, detestei. Só aos poucos é que se vai acostumando com o som da banda e com a voz de Hammill. Mas quando se acostuma, se é muito bem recompensado.
Pawn Hearts é o melhor disco da banda, sem dúvida. Com apenas 3 grandes músicas (não falando só em qualidade, mas em tamanho mesmo!), ele consegue falar sobre muitas coisas, tanto com sua poesia quanto com sua música. Me conquistou por ser um disco maduro, pesado, às vezes até cruel, mas genial. Recomendadíssimo pra quem conseguir escutar.
Destaque: a última música, A plague of ligthhouse keepers, que, falando sobre um naufrágio, reflete sobre a condição humana no momento da morte
2º Lugar: We’re Only In It For The Money – Frank Zappa and The Mothers of Invention
Escolher o disco favorito de Frank Zappa é difícil pra qualquer um, já que o sujeito tem uma discografia simplesmente gigantesca, com mais de 60 álbuns de estúdio (espero não estar enganado). Como FZ é, sobretudo, um cara que me diverte, resolvi ficar com esse.
Em 1968 Zappa iria lançar um disco chamado Our Man in Nirvana, que combinaria sua música com as piadas do comediante americano Lenny Bruce. Mas aí ele viu que os Beatles faziam um enorme sucesso com seu Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, e resolveu fazer um disco que satirizasse a influência do flower power na sociedade americana. Além disso, os Beatles levaram o crédito por terem inventado o disco conceitual, quando Zappa já o havia feito um ano antes, com seu Freak Out. É então matando dois coelhos com blábláblá que surge o We’re Only..., com o qual Frank Zappa alertava os perigos da alienação do flower power ao mesmo tempo em que fazia sua pequena vingança contra os Beatles (mas eles eram amigos, não confundam as coisas!).
Com o We’re Only... Zappa continua com o que faz de melhor: desconstruir imagens. Ele não só satiriza o flower power, mostrando o lado alienado do movimento, como o faz com o lado oposto, criticando o conservadorismo americano. Ou seja, ele ataca tanto a “cultura” como a “contracultura”, não se limitando, portanto, a uma única visão política como costuma acontecer com os militantes xiitas, sejam de esquerda ou de direita. Ele não busca oferecer uma solução, como geralmente se faz na política, mas mostrar os problemas para que possam ser pensados por uma outra ótica que não só a oposta. É nisso, pra mim, que está sua força enquanto crítico.
We’re Only... é um disco fantástico que brinca tanto com os aspectos ideológicos dos movimentos, como com os aspetos formais; assim, o disco nos apresenta os jeitos cristalizados de se fazer rock’n roll, mas de forma totalmente desconstruída pelas influências de Zappa, como o jazz e o avant-garde francês. Tudo isso com muito bom humor e qualidade, além de uma dos melhores capas e nomes de disco da história do rock.
Destaque: Let’s Make The Water Turn Grey, ótima música que parece dizer uma coisa idiota, mas que quando você analisa profundamente, vê que é mesmo idiota.
1º Lugar: Dark Side Of The Moon – Pink Floyd
Bem, logo de cara eu sabia que o primeiro lugar da lista seria um do Pink Floyd, minha banda favorita ever. Mas qual, era a dúvida. Amo a maioria dos discos deles, e escolher apenas um pro primeiro lugar foi terrível. Então, tentei fazer uma associação livre: pink floyd melhor disco: dark side, foi o que veio de cara. Ficou.
Acredito que todo mundo que leia meu blog conheça ou tenha ouvido falar nesse disco, que é tão rico e complexo, que eu não me atrevo a falar sobre seus aspectos. Procurem na net, e vejam. Só digo que é ele representa pra mim: um disco fantástico, nebuloso, melancólico, espacial, onírico, profundo, lindo. Eu sempre me emociono quando imagino a lua cobrindo o sol no final do disco. E quando o coração bate, parece que eu morro e nasço novamente junto com o disco.
Destaque: Time e The Great Gig in The Sky, a primeira pela letra e pelo solo de guitarra e a segunda pela voz de Clare Torry.
PS: os links pra download dos discos estão no nome.
7 comentários:
hahuahau mto legal esse post!
e essa foi a melhor defninição q vc apresentou p o posicionamento do frank zappa dinate do flower power e dos beatles - sinto q vc vem se aprimorando no assunto auhauhaua.
quanto ao ábum Pawn Hearts, eu tb gosto mto da música Man-Erg (n sei se esse é memso o nome dela, mas tenho ela aqui com esse nome ^^")
em defesa de Alifieb, só quero deixar a minah opinião e acho q vc concorda com ela: essa coisa de ele usar a esposa é da forma mais linda possível, como se refeltisse a condição dele de ter q depender dela agora pra tudo, já q tá numa cadeira de rodas e tal... depender não só praticamente, mas tb emocionalmente e tudo.. é uma linda canção de amor , principalmente quando a própia Alifie canta tb ahuahauha
Sim, alifib/alifie são duas canções muito bonitas, e muito tristes ao mesmo tempo. Pra mim, é como se ele cantasse com amargura o fato dele depender dela por estar numa cadeira de rodas, e por isso ele parece a tratar como se fosse um objeto (a despensa). Mas isso porque ele se sente mal por "ser um peso na vida dela", e pq é dificil estar na situação que ele está. Por isso no final é que entra a esposa cantando que ele é um velho bobo, e que ela não é sua despensa, mas sim sua "guardiã". Mto massa.
Pra ter que comentar com propriedade vou ter que baixar três dos cinco... e tu já tem todos dos meus!!! uahuahuahuahuahuahuah Assim não vale! Eu já imaginava que iria ver coisas novas, mas de fato me surpreendi no primeiro que realmente eu não conhecia! A gente tem que fazer outro top! pra eleger os outros cinco melhores!!! Mas pra esse novos cinco vou ter que escutar no mínimo 2/3 das músicas que tenho aqui no computador!!! Muito duca carai!!! Vou voltar a ler e respondo novamente quando escutar tudo!!! =D E até o próximo combate!!!! Em busca do mais forte!!! uhauhauhauhauhauhauha
uahuahuahuahuahauhahu foi mal poli!!! me perdoe!!!! hauhauhauhauhauha mas foi demência de quem tá a mais de 24h sem dormir!!! uhauahuahuahuahuahuahuah
Dark Side of The Moon, estaria também em primeiríssimo lugar na minha lista.
As outras quatro opções colocaria também, talvez não necessariamente nessa ordem. Mas estariam lá, sem dúvida!
Um abração!
Putz...depois eu gostaria de uma "aula" sobre esse disco do Zappa que voce citou...pra mim os melhores são entre 1974 e 1977....
Anselmo - Minerva Pop
Confesso que só conheço o Dark Side Of The Moon do Pink Floyd (que é MUITO BOM) e isso fez eu me sentir um ignorante musical. Me sinto obrigado a baixar os outros CDs...
Abração Lusca! ^^
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