quarta-feira, 4 de março de 2009

Central Scrutinizer (em defesa do Frank Zappa)

Central Scrutinizer é um personagem da opereta rock do Frank Zappa chamada Joe’s Garage. É um robô que conta a estória trágica de Joe, um garoto que se queria ser músico num mundo onde a música é proibida, e que, como qualquer personagem de uma obra destópica, só se fode nessa merda. Tirei o nome pra por no meu blog porque ele é um personagem narrador, ou seja (perdoem-me o teóricos da literatura pelo meu pleonasmo) ele conta uma estória. É mais ou menos o que vou fazer aqui. Ou não (c.f. C. V.). Mas mais do que isto, é um modo de homenagear uma dos meus artistas/ intelectuais preferidos, o Frank Zappa.

Sem querer babar demais o ovo dele (perdoe a ironia, dizer isso de quem morreu de câncer de próstata), quero fazer somente uma pequena defesa daquele que é tão injustiçado. Desde cedo já foi passado pra trás quando os Beatles lançaram o Sargeant Peppers assumindo o título de inventores do disco conceitual, quando o Zappa já o tinha feito um ano antes com o Freak Out. E segue-se, quando as pessoas dizem que ele só faz besteira, doidice, que era um drogado (a maior das mentiras), que tinha era inveja dos outros e por isso metia o pau em tudo.

Acontece que o Franquinho tinha era um projeto muito bem articulado na cabeça, tanto musicalmente quanto politicamente. Como músico ele foi um verdadeiro gênio, revolucionando a música contemporânea, ao se envolver com os mais diversos gêneros musicais, muitas vezes ao mesmo tempo. Lançou em torno de 60 discos de estúdio durante quase 40 anos de carreira, compondo desde blues até música erudita. Seu projeto musical não era somente gravar um monte de doideras, ou xingar todo mundo, mas sim buscar novos elementos para uma arte que parecia estar quase no final de si mesma (depois do dodecafonismo, o que se tinha a fazer?), misturando tudo o que tinha direito do modo mais livre possível; estava, portanto, em sintonia com os eruditos da música que buscavam uma solução na música concreta, por exemplo. Mas sem se prender a rótulos. Nem a rotinas.

Nenhum comentário: